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Foto do escritorDaniela Agostini

De HRTech para WorkTech

Há uma mudança definitiva em curso no mundo do trabalho e o volume de investimentos de venture capital em 2021 nas startups de tecnologia focadas em soluções para Recursos Humanos e Gestão do Trabalho não deixa dúvidas. Em 2019 e 2020, os valores globais investidos ficaram muito parecidos, respectivamente US$ 5,3 bilhões e US$ 5 bilhões.

Em 2021, só superlativos qualificam o salto: a depender do levantamento que você escolher (e olha que são 3, de fontes muito confiáveis), estamos falando de investimentos de US$ 12 bilhões (HRTechradar), US$ 14 bilhões (hrtech.sg) ou US$ 17,9 bilhões (WorkTech), o que significa multiplicadores de 2,4, 2,8 ou 3,6 vezes o volume do ano anterior. Números que superam o crescimento extraordinário do investimento global em startups, que saltou de US$ 294 bilhões para US$ 621 bilhões no mesmo ano.


E 2022, será tão superlativo quanto 2021? Ao que parece, sim. No Brasil, a RH Tech Gupy fechou a maior rodada de investimento da América Latina em uma startup desse setor — R$ 500 milhões, no final de janeiro — e já está usando o dinheiro: anunciou hoje a compra da startup paulistana Kenoby. A consultoria hrtech.sg, de Singapura, dona de uma das pesquisas citadas, publicou na segunda-feira (07/02) a soma global de janeiro: US$ 2,09 bilhões em venture capital para as HR Techs. Se continuar nesse ritmo, o número do Ano do Tigre vai ser explosivo.


Por que os números das pesquisas variam tanto? Porque as pesquisas contabilizaram um número diferente de segmentos dentro da categoria, que está em expansão sem precedentes, como define o PitchBook. A pesquisa da HRTechradar, por exemplo, coordenada pela especialista em Recursos Humanos e Gestão de Pessoas Anita Lettink, optou por analisar apenas as startups que suportam as atividades diretas dos times de RH, deixando de fora várias categorias — muitas nascidas em 2020 e 2021 — que agora se encaixam no segmento de Work Tech, que junta o mundo do emprego (HRTech) com novo mundo do trabalho.


É efeito da pandemia, você vai dizer. Sim, a pandemia teve papel catalisador nessa história, mas ela só acelerou uma tendência que já vinha se organizando desde 2019, refletindo a mudança definitiva de paradigma no trabalho, com a experiência do colaborador (EX, ou employee experience) influenciando o shift. "Falamos sobre disrupção digital, IA, dados, desigualdade de renda, deslocamento do mercado de trabalho e o futuro do trabalho e das organizações ágeis há uma década”, diz o consultor Josh Bersin. "Bem, no ano passado tudo aconteceu e cada uma dessas coisas se tornou real".


“A grande redefinição durante a pandemia é esse movimento em direção à liderança centrada no ser humano, gerenciamento centrado no ser humano e valorização dos funcionários como ativos, não apenas trabalho e despesas… e isso significa capacitação, desenvolvimento e investimento”, disse Bersin à Fortune.


George LaRocque, fundador e CEO da consultoria WorkTech, mapeou na sua pesquisa 37 diferentes categorias de startups de tecnologia para o mundo do trabalho, consistentes com a mudança de paradigma. "A pandemia acelerou a inovação no trabalho híbrido e remoto, o bem-estar dos funcionários, novos modelos de aprendizado, qualificação e requalificação da força de trabalho, diversidade, equidade, inclusão, cultura da empresa, propósito, iniciativas ESG e muito mais. Novas formas de pensar são necessárias, e os empreendedores de tecnologia e investidores estão tomando a iniciativa", diz LaRocque.


Fonte: https://mailchi.mp/theshift/investimentos-em-hrtechs-e-startus-afins-disparam?e=25c61c4ddb





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