As três empresas têm uma coisa em comum: o uso de comunidades engajadas para trazer novas ideias de produtos e melhorar a oferta para clientes
As ideias disruptivas não têm dono. Elas estão espalhadas por milhões de cérebros no mundo todo. O caminho para as empresas que querem prosperar em um ambiente de mudança constante e veloz é achar formas de canalizar as boas ideias da comunidade para os negócios. As melhores ideias vêm de lugares inesperados. Como por exemplo o Amazon Prime, programa de fidelidade da Amazon, que nasceu em 2005 a partir da ideia de um engenheiro júnior de software chamado Charlie Ward, que a enviou para um projeto de brainstorming coletivo da companhia. A ideia foi aperfeiçoada e hoje o Prime tem 200 milhões de assinantes, gerando uma receita de US$ 25,21 bilhões anuais. Mas a Amazon não é, definitivamente, a única a apostar na comunidade para mudar os negócios. Reunimos três casos de diferentes organizações como exemplos. Confira. Starbucks O site “My Starbucks Idea” foi criado em 2008 como uma das seis iniciativas da agenda de transformação desenhada pelo CEO, Howard Shultz, para revitalizar o negócio. A proposta era coletar ideias de qualquer pessoa, de qualquer lugar, criando uma comunidade na qual as pessoas pudessem se cadastrar e deixar suas sugestões. O poder da comunidade se manifestou: no primeiro ano foram 70 mil ideias. Em cinco anos, o balanço era de 150 mil ideias, das quais 277 foram implementadas entre 2008 e 2012. Da cabeça dos consumidores nasceram coisas como os splash sticks, aqueles palitos verdinhos para tampar o respirador do copo e evitar respingos na roupa (ideia #1); pagamentos móveis com smartphone no drive-thru (ideia #202); os cake-pops, bolinhos no palito que vendem mais de 5,8 milhões de unidades por ano (ideia #128) e o wi-fi gratuito (ideia #3). Ativa até hoje, a inciativa mudou o estilo em 2018: trocou a comunidade por um formulário no qual o visitante pode sugerir melhorias, produtos, mudanças. Mas não se engane, o formulário continua poderoso: a conta é de 190 mil ideias até agora. NASA A inovação aberta é assunto sério na agência espacial norte-americana (NASA). Em 2009, a agência lançou um programa piloto de crowdsourcing para determinar o potencial da comunidade em afetar positivamente a capacidade da agência de acelerar e aumentar os esforços de pesquisa e desenvolvimento. Foram lançados 14 problemas ao público e 114 profissionais trabalharam usando o processo padrão, enquanto mais de 3 mil pessoas trabalharam usando o modelo de inovação aberta. As soluções compartilhadas pelo público excederam as expectativas da NASA. O processo padrão de P&D, que levava de 3 a 5 anos, caiu para ciclos médios de 3 a 6 meses. E o custo também diminuiu. Em 2011, a NASA lançou o Centro de Excelência para Inovação Colaborativa (CoECI). Todos os desafios da CoECI são gerenciados pelo NASA Tournament Lab (NTL), que recentemente expandiu sua capacidade, passando a oferecer várias plataformas de inovação aberta, como a NASA @ WORK, voltada para o público interno. O objetivo é aproveitar o poder do crowdsourcing para criar soluções ainda mais inovadoras e eficientes. De preferência, em parceria com universidades e hubs de inovação. O CoECI já elaborou mais de 400 desafios em colaboração com 20 diferentes agências governamentais. Atualmente, a NASA trabalha com 19 comunidades diferentes, totalizando milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2020 lançou seu segundo Contrato de Serviços de Inovação Aberta, no valor de US$ 24.9 milhões, a serem distribuídos entre elas. Sephora A gigantesca varejista de cosméticos e produtos de beleza Sephora é um exemplo de como as companhias estão se revisitando para avançar na transformação digital dos seus negócios coletando ideias de todos os stakeholders. A Sephora investiu em inovação em toda a organização, envolvendo a próxima geração de líderes por meio de um programa Think Tank, que se reúne mensalmente para pensar a experiência de compra dos consumidores daqui a cinco anos, e um programa chamado Idea Central que captura sugestões de todos os funcionários, incluindo sua equipe de vendas da linha de frente. Em 2015, ela lançou o Innovation Lab para democratizar a transição para o digital juntando executivos de negócios, marketing, desenvolvimento de produtos e tecnologia para lançar novas ofertas em uma estratégia omnichannel, que utiliza mobilidade e aposta em tecnologias emergentes como Inteligência Artificial e Realidade Aumentada para gerar experiências extremamente envolventes para os consumidores digitais, e beacons nas lojas físicas para personalização da experiência de compra e oferta. Todas as ideias nasceram da inteligência coletiva da companhia.
Texto por: https://inovabraplay.netshow.me/app/newsletter/como-starbucks-nasa-e-sephora-geram-ideias-e-inovacao
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